sábado, 3 de setembro de 2011

ROTINA




Como eu queria parar! 5 minutos antes de ir para o trabalho, poder pensar sobre a minha vida e sobre o meio em geral. Vejo o quanto eu mudei, para poder me adaptar aos requisitos da sociedade e as 24 horas que englobam o meu dia.

São as mesmas 24 horas a muito tempo. Eu acordo, tomo banho, engulo um café e pego o primeiro ônibus rumo ao trabalho. É lá que passo as 8 horas mais longas do dia. Depois não existe descansar, afinal um bom futuro exige esforços e por isso que sigo direto a faculdade. 

Lá aprendo sobre o futuro da nação e que nós, os universitários, somos os responsáveis pelo rumo e pelas melhorias do país. Fim da aula, hora de ir para casa. Dois ônibus, correria no terminal, mas si der eu leio o final do texto durante o trajeto. Graças a Deus, cheguei! Vou dormir, amanhã é tudo novamente.

A culpa não é minha, essa rotina não me pertence, mas sou obrigado por uma série de fatores a usa-lá. Fui enganado! Disseram-me que o trabalho dignifica o homem e que só seria alguém descente, honesto e rico através dele. Mentira! Sou descente e honesto, mas não provém disso. Trabalho, mas não é para ficar rico, é para sobreviver e financiar meus pequenos desejos e anseios. Enquanto isso, os donos dos meios de produção, ou seja, os nossos patrões estão nadando em dinheiro. Será que foi ganho honestamente esse dinheiro? Foram descentes? Tenho minhas dúvidas. Acho que aquele carro novo era para ser meu. Será que aquela casa não foi meu dinheiro que comprou? É assim, enquanto corro para cumprir minha agenda, alguém administra meus ganhos e planeja meu futuro. Como não tenho tempo para refletir sobre minha vida e nem para usufruir das minhas conquistas, indevidamente alguém as vive enquanto ainda sonho com elas.